quarta-feira, 18 de março de 2009

A informação e a modernidade


Conhecer pessoas de qualquer lugar do globo, acessar os mais diversos conhecimentos e tornar-se agente ativo na comunicação são algumas das possibilidades criadas a partir das redes. Essa nova realidade incorporou à vida moderna dispositivos para a comunicação individual e agora global, transformando relações sociais, formas de aprender, de trabalhar, de se comunicar e de atuar sobre a realidade. Criando conexões, abrimos um enorme horizonte de possibilidades. Podem ser parcerias, trocas, amizades, novas formas de convivência, de troca de conhecimento, diálogos, participação, mobilização.

Surge agora espaço para a prática de uma comunicação mais horizontal, com perspectiva participativa, cooperativa. Partimos de uma cultura de massa, onde o emissor é o único detentor do conhecimento e fonte de informação, transmitida para uma massa de consumidores passivos, com restritos aparatos de resposta (uma carta ao jornal, uma pesquisa do Ibope, por exemplo) e fontes de informação (o jornal que era assinado e os telejornais), para a cibercultura, caracterizada por um processo comunicativo horizontal, descentralizado.

A principal mudança ocorrida no campo da comunicação refere-se à postura do receptor. Se antes, tinha-se de um lado o emissor e de outro, o receptor, hoje essa dualidade já não é tão clara. Hoje, o sujeito comunicacional é freqüentemente descrito como ativo, criador, livre e singular. Há participação cada vez mais intensa dos usuários: blogs, podcasts, vídeos disponíveis na Internet, websites colaborativos, softwares sociais – essas são algumas das ferramentas que estão estimulando os usuários a produzirem seus próprios conteúdos, a desenvolver novas formas de trabalho coletivo, de troca, de produção e circulação de informações, de construção cooperativa do conhecimento.

Se antes, a primeira geração da web trazia um novo modelo de produção da comunicação de massa, com a utilização de portais e sites, a web 2.0, permite a socialização do conteúdo e a difusão de novas mídias, com serviços administrados e conteúdos gerados on line em páginas dinâmicas.

Na segunda geração da web, o receptor sai de uma situação passiva no processo comunicativo e adquire a possibilidade de criar sua própria mídia, sem precisar de maiores investimentos ou conhecimentos técnicos, com ampla utilização dos recursos multimídia, combinando a informação de diversas formas – imagem e som, vídeo e texto ou ainda todos ao mesmo tempo.

E uma vez que essas transformações têm alterado a forma de gerar e difundir a informação, torna-se obrigatório aos profissionais da área repensarem seus paradigmas e se adaptarem a essa nova configuração, para que em breve a reflexão de Casacuberta não seja algo tão evidente: “La revolución multimedia en realidad está todavía por empezar. Tenemos las tecnologías desarrolladas pero todavía no sabemos exactamente qué hacer con ellas. No vislumbramos todas las posibilidades que nos ofrecen”[1].

[1] CASACUBERTA, David. La transmisión del conocimiento en los nuevos medios: un acercamiento cognitivo. Disponível em: <http://www.prbb.org/quark/25/025058.htm>.

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